Inteligência emocional é um conceito relacionado com a chamada “inteligência social.” Este termo está presente na psicologia e criado pelo psicólogo estadunidense Daniel Goleman. Segundo o psicólogo, um indivíduo emocionalmente inteligente é aquele que consegue identificar as suas emoções com mais facilidade.
A inteligência emocional é o nome que se dá ao conjunto de competências relacionadas a lidar com emoções. Mais especificamente, a como, e o quanto, é percebido, processado, compreendido e tem habilidade de gerenciá-las.
Dentre as competências que a inteligência emocional compreende, estão, por exemplo, as chamadas soft skills. Elas são habilidades comportamentais relacionadas a maneira como o profissional lida com o outro e consigo mesmo em diferentes situações. As soft skills, diferentemente das hard skills, são habilidades subjetivas, mais difíceis de serem mensuradas.
Dominar sua inteligência emocional significa ser capaz de perceber suas emoções, saber nomeá-las, entendendo seus gatilhos, para, então, desenvolver formas de lidar com elas.
Ter consciência das emoções existentes, permite que você entenda também quais são os gatilhos de cada uma. E, a partir disso, será possível desenvolver formas de lidar com elas.
Definição segundo especialistas
Segundo Salovey e Mayer, a inteligência emocional é “a capacidade de perceber e exprimir a emoção, assimilá-la ao pensamento, compreender e raciocinar com ela, e saber regulá-la em si próprio e nos outros”.
De acordo com os psicólogos, a inteligência emocional está ligada à quatro domínios básicos:
- Percepção das emoções: a precisão com que uma pessoa identifica as emoções;
- Raciocínio por meio das emoções: empregar as informações emocionais para facilitar o raciocínio;
- Entendimento das emoções: captar variações emocionais nem sempre evidentes e compreender a fundo as emoções;
- Gerenciamento das emoções: aptidão para lidar com os próprios sentimentos.
Como surgiu a inteligência emocional?
A primeira referência à inteligência emocional é do século XIX, de autoria do naturalista Charles Darwin. O conceito tinha a ver com o instinto de sobrevivência e com a teoria evolucionista de adaptabilidade.
Depois, já no século XX, vieram outras ideias como as de inteligência social. Elas tratavam sobre a capacidade humana de compreender e motivar uns aos outros. Nesta época, Howard Gardner foi a primeira vez que se procurou entender os próprios sentimentos, motivações e medos.
Em seguida, Daniel Goleman abordou a Inteligência Emocional como uma habilidade interpessoal e intrapessoal, afirmando que características como empatia e negociação fazem parte da inteligência emocional e quem as têm, alcança o sucesso mais rapidamente.
Atualmente, Rodrigo Fonseca, aprimorou os pilares da Inteligência Emocional pensando no cenário moderno e digital que vivemos, definindo como “a capacidade de reconhecer em si mesmo e no outro as emoções, bem como a interação e o impacto delas na vida de cada um, além de saber como redirecionar cada uma delas para gerar melhores resultados para todos”.
Quais são os benefícios da Inteligência Emocional?
A Organização Mundial da Saúde (OMS), estima que até 2030, a depressão será a doença mais comum do mundo e que ocupará o primeiro lugar como causa de invalidez no mercado de trabalho. Ainda de acordo com a OMS, a depressão será também a doença que mais gerará custos econômicos e sociais para os governos, devido aos gastos com tratamento para a população e às perdas de produção.
Atualmente, mais de 450 milhões de pessoas sofrem de depressão ou ansiedade no mundo inteiro. “Os números da OMS mostram claramente que o peso da depressão (em termos de perdas para as pessoas afetadas) vai provavelmente aumentar, de modo que, em 2030, ela será sozinha a maior causa de perdas (para a população) entre todos os problemas de saúde”, afirmou à BBC o médico Shekhar Saxena, do Departamento de Saúde Mental da OMS.
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Ainda segundo Saxena, a depressão é mais comum do que outras doenças que são mais temidas pela população, como a AIDS ou o câncer.
“Nós poderíamos chamar isso de uma epidemia silenciosa, porque a depressão está sendo cada vez mais diagnosticada, está em toda parte e deve aumentar em termos de proporção, enquanto a (ocorrência) de outras doenças está diminuindo.”
Entender que somos movidos principalmente pela emoção é o primeiro passo para começar a desenvolver a Inteligência Emocional.
Somente dando a devida importância ao nosso interior, nossas emoções, pensamentos e história de vida, conseguiremos conquistar uma sociedade emocionalmente saudável.
Os principais benefícios da Inteligência Emocional, são:
- Aumento do nível de comprometimento com metas;
- Senso de responsabilidade e melhor visão de futuro;
- Enriquecimento do relacionamento interpessoal;
- Desenvolvimento da comunicação e poder de influência;
- Clareza nos objetivos e ações;
- Melhora na capacidade de tomada de decisão;
- Melhor administração do tempo e melhora significativa da produtividade.
5 pilares da inteligência emocional
O autor de “Inteligência Emocional”, Daniel Goleman, explica que existem cinco habilidades que devem ser colocadas em prática para conquistar uma boa inteligência emocional. Vamos explicar cada uma delas neste artigo. Confira!
Autoconsciência
O autor explica que a autoconsciência é a “capacidade de reconhecer e compreender estados de espírito, emoções e impulsos pessoais, bem como seus efeitos sobre os outros”.
Além disso, ele ensina que as marcas de autoconsciência incluem autoconfiança, auto avaliação realista e senso de humor autodepreciativo. A autoconsciência depende da capacidade de monitorar o próprio estado emocional e de identificar e nomear corretamente as emoções”.
Auto-regulação
“A capacidade de controlar ou redirecionar impulsos e humores perturbadores e a propensão para suspender o julgamento e pensar antes de agir. As marcas registradas incluem confiabilidade e integridade; conforto com ambiguidade; e abertura para mudar”, explica Daniel.
Motivação interna
Esta certamente é uma habilidade que será fundamental para os empreendedores. A motivação interna, segundo o especialista, é “uma paixão por trabalhar por razões internas que vão além do dinheiro e do status – que são recompensas externas – como uma visão interior do que é importante na vida, uma alegria em fazer algo, curiosidade em aprender, um fluxo que vem com a imersão em uma atividade”, ensina.
Ele ainda enfatiza que “a propensão para perseguir objetivos com energia e persistência. As marcas registradas incluem um forte impulso para realizar, otimismo mesmo diante do fracasso e comprometimento organizacional”.
Empatia
Habilidade essencial para empreendedores que querem ser bons líderes. A empatia, para Daniel, é a “capacidade de compreender a composição emocional de outras pessoas. Habilidade em tratar as pessoas de acordo com suas reações emocionais. As marcas registradas incluem experiência em construir e reter talentos, sensibilidade intercultural e serviço a clientes e consumidores”.
Ele ainda comenta que em um contexto educacional, muitas vezes acredita-se que a empatia inclui, ou leva a, simpatia, “o que implica preocupação ou cuidado ou um desejo de suavizar emoções ou experiências negativas em outras pessoas”.
Contudo, o especialista comenta que empatia não significa necessariamente compaixão. “A empatia pode ser ‘usada’ para comportamento compassivo ou cruel. Assassinos em série que se casam e matam muitos parceiros em sequência tendem a ter grandes habilidades enfáticas!”.
Habilidades sociais
Por fim, na inteligência emocional para empreendedores, temos a proficiência em gerenciamento de relacionamentos “e construção de redes, e capacidade de encontrar um terreno comum e construir relacionamento. As marcas das habilidades sociais incluem eficácia na liderança de mudanças, persuasão e construção de experiência e liderança de equipes”.
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